segunda-feira, 30 de abril de 2007

Histórias de meninas más


Almoço lá no sítio ontem... comemoração juizforana super atrasada do aniversário da Paulinha...

Na mesa eu, Zélia, Lisa, Roberta e Paula - duas jornalistas, uma administradora, uma advogada e uma psicóloga... Entre papos, cerveja gelada e pastéis de queijo fritos na hora dignos de quebrar qualquer regime, surge o tema livros com biografias, reais ou não, de ex-prostitutas, embalado pelo recente lançamento do filme de 100 escovadas antes de ir para a cama.

Curiosas as opiniões, que revelam análises e pontos de vista absolutamente diversos. Lisa logo diz ter adorado o livro da Bruna Surfistinha uma vez que buscou compreender sua psique... Em coro, eu e Paula detonamos - totalmente previsto, sem surpresas, e além de tudo muito mal escrito! Para a Zélia tudo não passa de invenção - Surfistinha, 100 escovadas e aquele outro da ruiva que foi ao programa do Jô, cujo título ninguém se lembra... Soube até que as mulheres trocadas por estas meninas também têm registrado seus relatos. Roberta sintetiza: o importante é faturar!

O filme de 100 escovadas, como grande parte das adaptações, frustra aqueles que se envolveram com a história - ah, o poder da imaginação... como é difícil aceitar uma protagonista diferente daquela construída, página a página, por você! Alguém traz Cristiane F. à tona... e exalta seu pioneirismo e a capacidade do autor de contextualizar a Berlim daquele período. Logo lembramos das travessuras da menina má, que apesar de não ser prostituta, roda o mundo enlouquecendo seu apaixonado primeiro namorado enquanto Mário Vargas Llosa relatas suas experiências em anos de exílio... mais e mais opiniões...

Por fim, um consenso: nada, nenhuma obra compara-se à Casa dos Budas Ditosos, de João Ubaldo Ribeiro... Caramba, li este livro há oito anos (ainda me lembro do constrangimento com um senhor que insistia em debruçar-se sobre meu ombro direito num vôo para Recife para acompanhar a leitura, visivelmente curioso com as descrições tão ricas da história, rs...), e a temática da Luxúria foi, certamente, uma das que mais me marcou na coleção dos Sete Pecados da Objetiva. Até hoje não assisti à peça de Fernanda Torres, porém tenho um feeling de que sua protagonista será muito próxima da que criei a partir das fitas encontradas por Ubaldo. Será?

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